Resenha: Insaciável - Meg Cabot

em 24 de novembro de 2015

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Título Original: Insatiable
Autora: Meg Cabot
Série: Insaciável (vol. #1)
Ano: 2011
Editora: Galera Record
Páginas: 502

Sinopse: Você não aguenta mais ouvir falar em vampiros? Meena Harper também não. Mas ela é roteirista de uma novela famosa, Insaciável, e como os vampiros estão na moda... os diretores do canal decidem que esse será o próximo tema a ser abordado na trama. Logo, Meena se vê obrigada a escrever sobre vampiros, apesar de não acreditar na existência deles.
Não que Meena seja alheia ao sobrenatural. Ao contrário. Na verdade, ela pode prever quando as pessoas irão morrer. (Claro que, com exceção de seu irmão e alguns amigos mais próximos, ninguém acredita nela. Nunca.) Seu "dom" pra lá de sombrio só lhe traz problemas, e com o tempo Meena aprende que ninguém está interessado em saber sobre a própria morte. Então se limita a dar alguns conselhos, como "não atravesse a rua agora", "vá ao médico", "pegue um caminho alternativo"...
Mas nem mesmo o dom premonitório de Meena poderia prepará-la para o que acontece quando ela conhece Lucien Antonesco (e em seguida comete o erro de se apaixonar por ele), um príncipe contemporâneo com um lado obscuro. E esse lado negro é tão negro, que muitas pessoas, como, por exemplo, uma antiga sociedade de caçadores de vampiros, fariam qualquer coisa para destruí-lo.
O problema é que Lucien tecnicamente já está morto, e talvez seja por isso que é o primeiro tipo que Meena conhece com quem se imagina tendo um futuro. Sim, apesar de Meena ser capaz de ver o futuro dos outros, nunca conseguiu ver o próprio. E, apesar de Lucien parecer ser tudo o que Meena sempre sonhou encontrar num namorado, sua história com ele pode se transformar em pesadelo num piscar de olhos. Talvez seja a hora de Meena se esforçar e prever o próprio futuro...
Se é que ela tem um.

"Sabia só como salvar pessoas de seus futuros (e mesmo isso ela não fazia muito bem).
Como se salvava alguém de seu passado?" 
(Página 164)

"Insaciável" foi a minha primeira leitura concluída da Maratona Literária de Inverno 2015 e só agora tá saindo resenha, pois é, me julguem. Confesso que as minhas expectativas quanto a história estavam bem baixas, mas, por ser um livro da diva Meg, acabei pensando "why not?" . E não é que a história conseguiu me surpreender?

Acredito que o grande responsável por eu ter gostado do livro foi eu ter lido no momento certo. "Insaciável" foi lançado em 2011, em pleno booom dos milhares lançamentos com a temática vampiresca, todos aproveitando o sucesso causado por "Crepúsculo". Devido a isso, muitos dos que leram o livro nessa época acabaram não curtindo tanto assim, o que é compreensível, levando em conta que todos já estavam bem saturados de histórias com vampiros.
No entanto, já fazia muito tempo que eu não lia nada voltado para essa temática, então a leitura de "Insaciável" acabou sendo muito gostosa e até mesmo nostálgica, já que temos uma história de vampiros - que foi um dos primeiros temas que eu li - contada pela Meg - uma das minhas primeiras autoras <3.

"- Não é engraçado. Você sabe como me sinto com relação a vampiros.
- Sei - disse Leisha, parecendo um pouco entediada. - O que é mesmo que você sempre diz? No culto da misoginia dos monstros, os vampiros são reis?
- Bem, eles sempre parecem escolher atacar belas vítimas do sexo feminino. E ainda assim, por algum motivo, as mulheres acham isso sexy.
- Eu não. Quero ser morta pelo Frankenstein. Gosto de caras grandes. E burros. Não conte para o meu marido.
- Apesar desses caras admitirem sempre que querem nos matar, a ideia de que estão nobremente se controlando para não fazer isso deveria parecer atraente? Com licença, mas como saber que um cara quer matar você pode ser excitante?" 
(Página 39)

O livro é narrado em terceira pessoa com foco alternado entre os personagens principais, o que eu achei ótimo, pois permite que tenhamos uma visão mais abrangente da história.
Confesso que o foco de narrativa que menos curti - pelo menos até a metade da história - foi o do Alaric. Realmente ele conseguia me irritar com todo aquele jeito arrogante e prepotente, só pensando em hotéis e artigos de luxo e se achando o rei da cocada preta quando o assunto era exterminar os seres malignos desse mundo. Mãaaaas... O personagem conseguiu me conquistar mais pro final da história - já que ele acaba mudando um pouquinhozinho - e eu até consegui torcer um pouquinho pra ele.

Gostei muito da Meena mesmo eu não sabendo até agora qual seria a pronúncia correta desse nome... Eita livrinho pra ter gente com nome estranho e exótico, pelo amor e da sua personalidade meio maluca, sempre com mil coisas na cabeça. Também adorei o "dom" que a autora deu para ela, e achei bem diferente, pois sempre vejo poderes envolvendo a morte, mas acho que essa foi a primeira vez que conheci uma personagem que prevê exclusivamente a morte. Só acho que a autora poderia ter explorado mais essa habilidade da personagem.
Achei legal o fato da autora não ter feito a Meena como aquela mocinha sem graça e desajeitada beijos Bella, também te amo <3, mas sim uma mulher diferente e forte ao seu modo. Ah, também gostei da aparência da personagem. Acho que essa foi a primeira vez que vi uma protagonista de cabelo curto.

Outro personagem que eu amei foi o Jon, irmão da Meena. Sério gente, o que era esse homem? Fiquei muito mais in love com ele do que com o Lucien ou o Alaric. Adorei o senso de humor e o jeito meio desligado e lento do personagem, fora o seu gosto estranho e duvidoso para possíveis futuros empregos. Foi o responsável por grande parte das minhas risadas, e acho que ele deveria ganhar uma história só dele.

"- Refrigerante a caminho - falou Jon da cozinha.
- Jon - falou Meena do sofá. - Já que você está aí, coloque um pouco...
- Não a escute - disse Alaric. - Ela vai te dizer em algum tipo de código que só vocês dois vão entender porque são irmãos para ligar para a polícia do seu celular. Mas se você fizer isso, vou matar você e me livrar do seu corpo em um lugar em que ninguém vá encontrar. No rio, eu acho. Seu porteiro é tão burro que nem vai notar se eu sair do prédio carregando um corpo em um tapete enrolado.
Jon esticou a cabeça para olhar para Meena.
- É - disse ele. - Só vou pegar umas Cocas e evitar a coisa de ser enrolado no tapete, tá, Meen?"
(Página 250)

Quanto ao Lucien, confesso que não tenho muito a dizer sobre ele. Por mais que ele seja o boy magia da história literalmente, ele foi um personagem quase nada marcante, na minha opinião. Fez bem o seu papel de bonitão cavalheiro que deixa as mulheres suspirando, mãaaas, pra mim, foi o tipo de personagem que não cheira e nem fede, sabe? Vamos ver se ele ganha um pouquinho mais de personalidade no segundo volume.

Quanto a história, só posso dar os meus parabéns para a Meg e sua habilidade incrível com a escrita, pois o livro tem 501 páginas que conseguem te prender do começo ao fim. Você não perde o interesse pela história em momento algum Meg diva <3.
Também gostei do fato de mesmo a história se desenvolvendo lentamente, ela ainda assim continua fluida para o leitor. Acho isso um ponto muito positivo, principalmente em se tratando de um livro tão grande.

"- Oi - disse ela, o braço imobilizado do cotovelo até o pulso. Na mão direita, segurava um vaso cheio de margaridas.
Alaric nunca tinha dado bola para flores. Na verdade, sempre achou flores uma coisa idiota.
Até aquele momento. Agora, margaridas eram as flores favoritas dele." 
(Página 467)

Quanto a estrutura do livro em si, não sei se é pelo meu exemplar ser da primeira tiragem (?), mas tiveram duas coisas que me incomodaram:
- MUITOS erros de revisão! Sério gente, nunca tinha visto tantos errinhos assim em um único livro. Parecia até que nem tinha passado pela mão de um revisor D: ;
- a formatação do texto tá toda despadronizada. Tem página que o parágrafo começa lá em cima e outra em que tem um ou dois dedos de espaço entre o topo da folha e o começo das linhas.

Agora, como nem tudo são flores, é claro que teve uma coisinha ou outra que eu não gostei. Nesse caso, não é que eu não gostei tipo "oh meu deus, que ódio", mas me incomodou um pouco o fato de todas essas 501 páginas acontecerem em 10 dias na história. Foi meio estranho, porque pareciam meses, principalmente quanto ao relacionamento da Meena com o Lucien, pois a profundidade do sentimento que a autora quis criar entre os dois não condiz com o tempo que eles passaram juntos - pelo menos não na minha opinião.

"- Eu sei - disse Alaric sem rodeios. - Você o ama. Não consegue viver sem ele. Mas, sabe, eu posso curar isso. Se você me contar onde ele está, vou matá-lo e então...
- Não - disse Meena, interrompendo-o. - Não era disso que eu estava falando. Você alguma vez escuta as pessoas? Ou apenas entra correndo sacudindo aquela sua espadona e faz as perguntas depois?" 
(Página 278)

O outro ponto que eu não curti muito foi o final, que me decepcionou um pouquinho, pois o super clichê previsível que eu estava esperando não aconteceu. A autora escolheu um outro caminho justamente para ter um 2° livro acredito eu.

Infelizmente eu sei que esse é um livro que nem todos irão gostar. Já adianto que a história tem quase a mesma estrutura de "Crepúsculo", com uma mocinha e um vampiro apaixonados, um triângulo amoroso em potencial, vampiros com habilidades especiais... Ainda assim, eu achei que a forma como a autora construiu e desenvolveu essa história ficou muito boa e única, bem ao estilo Meg Cabot. Então, eu recomendo sim a leitura, principalmente se você gosta dos livros da Meg. Mas leia sem grandes expectativas e com a mente aberta, sem preconceito com os pobres vampirinhos, ok? Quem sabe assim você também não se surpreende e acaba gostando? (;

"(...) Estaria colocando em risco seu coração.
Ia mesmo fazer isso?
Mas que outra escolha tinha? Ia ficar sentada no sofá como Jon pelo resto da vida, esperando a pessoa perfeita, o trabalho perfeito, a vida perfeita chegarem?
Como poderia saber que a pessoa perfeita não estava parada na frente dela agora? Como qualquer um poderia saber?
Era fácil. Ninguém sabia. As pessoas se arriscavam." 
(Página 152)


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(Baltasar Gracián y Morales)